obert Rodriguez, Ethan ManiquisArgumento: Robert Rodriguez, Álvaro Rodríguez
Com: Danny Trejo, Robert De Niro, Jessica Alba, Steven Seagal, Michelle Rodriguez, Jeff Fahey, Don Johnson Duração: 105 min
Review: Numa simples frase descritiva, Machete é um filme de acção chunga de qualidade, algo que muito provavelmente só poderia ter vindo do imaginário e mão-de-obra de Robert Rodriguez e sua crew. O filme é uma expansão do falso trailer apresentado na série dupla de Rodriguez e Quentin Tarantino intitulada Grindhouse (engobando os filmes Planet Terror e Death Proof, de cada um dos realizadores respectivamente e ambos filmes brilhantes).
Esta é a história de Machete (Danny Trejo), um antigo federal mexicano renegado que deambula pelas cidades e vilas do Texas à procura de trabalho após o confronto com um dos maiores traficantes de droga do México, Torrez (encarnado pela figura cada vez mais quadrada de Steven Seagal), que lhe assassinou a família. É então abordado por Michael Booth (Jeff Fahey) que lhe propõe uma missão: matar um corrupto senador (De Niro), responsável pela expulsão do Texas e assassínio de centenas de imigrantes ilegais mexicanos. Machete aceita, mas acaba por ser atraiçoado por Booth e a integrar a listas dos mais procurados pela tentativa de assassinato do senador, como parte de uma operação para ganhar o apoio geral do público para as severas leis de anti-imigração impostas pela sua campanha. Procurado pela lei e por uma agente dos Serviços de Imigração americanos (Jessica Alba), Machete junta Booth e os seus capangas à sua lista de alvos a abater (incluindo Torrez) e parte em busca de vingança, contando com um número limitado de aliados.
Machete vem perpetuar o estilo de filme de série B de “exploração” (o chamado exploitation movie) adoptado em ambos os filmes de Grindhouse (em homenagem à expressão americana utilizada para definir os antigos teatros onde eram exibidos, sobretudo, filmes deste estilo). O termo "exploitation" é comum na indústria cinematográfica, sendo usado para todos os tipos de filmes para significar promoção ou publicidade através da exploração de algo como uma grande estrela, efeitos especiais, sexo, violência ou romance; ou seja, promove a exploração, muitas vezes chocante, de um determinado assunto, dependendo fortemente de publicidade sensacionalista e exagero amplo e lúgubre dos temas representados, independentemente da qualidade intrínseca do filme, que regra geral é bastante baixa.
Porém, em minha sincera opinião, a regra geral não se verifica para qualquer dos filmes de Grindhouse e igualmente para Machete, o primeiro papel principal do actor Danny Trejo como colaborador habitual das aventuras de Rodriguez desde o filme Desperado, e um papel que, segundo o realizador, já desde essa altura lhe estava destinado. Machete tem o ritmo acelerado, as litradas de sangue e as falas profundas e foleiras que se pedem neste tipo de filme e que promovem, para quem gosta, um entretenimento garantido. Do género, “isto é tão mau que é bom”. Trejo está completamente adequado ao papel, desde a sua fisionomia de durão vingativo à destreza da sua pequena amiga machete e às suas palavras, que são poucas mas épicas na sua maioria. “Machete não manda sms”…mas improvisa, esventra pessoas, reúne motins, faz filmes pornográficos e rende as mulheres ao seu charme, tudo num dia de trabalho.
E palmas para a perseverança de Rodriguez, que convence Robert De Niro, Jessica Alba e Don Johnson a participarem nestas coisas.
O filme recebeu sobretudo críticas positivas, sendo consensualmente definido pela crítica geral como “confuso, violento, superficial e de mau gosto”, e portanto tudo aquilo que se quer para “um dos filmes mais agradáveis do Verão”. De acordo com Trejo, as rodas já estão em movimento para a realização da primeira das duas sequelas do filme, intitulada Machete Kills, com a terceira parte da trilogia provisoriamente intitulada Machete Kills Again, ambas brevemente apresentadas nos créditos do filme.






